Prólogo
Quando dizem que as coisas podem mudar rapidamente, elas não fazem idéia de como pode acontecer no momento que menos esperamos. É como se o mundo vira-se de cabeça pra baixo e tudo que você acreditava despencasse junto com você. Para o meu azar eu não estava preparada para suporta as consequências dessa mudança.
1. O Problema
1. O Problema
Era mais um dia típico na escola: chato e tedioso. Faltavam uns 15 minutos para o fim da aula e minha melhor amiga Jeniffer não parava de falar sobre o fim do meu namoro com Adam.
—Mas falando serio Luna, você devia dar uma chance para o Adam explicar o sumiço dele, além do mais... –ela disse antes que eu a interrompesse com uma cotovelada.
—Jeniffer dá, por favor, pra você falar de outra coisa? –esse assunto ainda era muito delicado para mim, mas ela não tinha notado ainda.
—Desculpe, é só que você não deixou ele se explicar, ai que tem que ficar resolvendo os problemas de comunicações de vocês sou eu e... –ela se calou percebendo o que havia dito.
—Como assim que tem que resolver problemas entre agente é você? Jeni, por favor, me diz que ele não te pediu pra você ficar me pressionando para falar com ele. –eu tentei ao máximo manter minha voz calma e baixa para não chamar a atenção da professora.
—Não, é só que... –eu a mandei um olhar de não-tente-me-enganar. —Ta bom, ele pediu pra que eu desse uma força, mas eu não achei que ia te aborrecer, se não eu...
—Se não o que? Você nem teria tocado no assunto, não é? Jeni ele sumiu do mapa, viajou ou sei lá o que, que ele foi fazer, que não ligou, escreveu, ele não fez nada para me avisar que ia ficar fora por dois meses, você espera que eu faça o que? Que me jogue nos braços dele agora que ele voltou? –ela abriu a boca pra falar algo, mas fechou antes mesmo de pronunciar alguma coisa.
Foi nessa hora que nosso Senhor se apiedou de mim e fez com que o sinal batesse. Guardei meus livros na mochila dei um tchau desanimado para Jeniffer e sai da sala.
Quando eu passava pelo estacionamento avistei Adam encostado na moto dele me esperando. Ele estava diferente, um pouco mais bronzeado, ele tinha uma expressão meio seria um pouco mais alto talvez, mas ainda era aquele garoto de 18 anos que fazia com que garotas de quase 16 anos suspirassem apaixonadas pelo seu sorriso bad boy. O cabelo estava do mesmo jeito que da ultima vez que eu o vi. Assim que ele me viu e me deu o sorriso que fazia meus dias se alegrarem.
Esse era o meu problema ambulante, que nesse momento estava vindo na minha direção. Eu ainda tinha tempo de decidir se eu ia: A) corre dali para poder chegar em casa o mais rápido possível para não ter de ouvir as desculpas que certamente me convenceriam e que ia levar meu esforço de não perdoá-lo pelo ralo, ou se B) eu ficava e tirava toda a historia a limpo, não perdoando ele é claro, e seguia com a minha vida, mas por uma grande infelicidade ( que se deve a ele me conhecer muito bem, porque praticamente crescemos juntos) ele viu a indecisão em mim e se adiantou em me alcançar, o que resultou em eu quase me esbarra nele.
—Não olha por onde anda? Ah, é você! Por isso não me viu, não deve ter se lembrado de olhar por onde anda, não é? Já que não esta se lembrando das coisas como: avisar quando vai sumir do mapa. –falei com rispidez destacando as palavras: não deve ter se lembrado, para dar uma pequena dica.
—Na verdade fiz de propósito. –ele disse rindo.
—Então quando quiser esbarrar em alguém, veja se a pessoa não sou eu. –falei me afastando dele.
Eu ainda tinha uma pequena chance de escapar dele e não ia perder a oportunidade, mas ele me segurou pelo braço impedindo minha fuga.
—Aonde você pensa que vai? Agente ainda nem conversou. –ele disse um pouco mais serio.
—Ah, agora você quer conversa? Na hora de desaparecer não precisava conversar? Mas agora que volta tem que conversar? Pois pode conversar sozinho que eu não to a fim de conversar com você. Tchau. –falei tentando escapar, mas de novo ele me segurou.
—Luna se você me deixar explicar você vai notar que eu não teria viajado sem te avisar porque eu sabia que você ia reagir assim, acredite em mim eu queria muito ter te avisado, mas...
—Mas não pode porque forças maiores te impediram? O que vem depois? Você vai dizer que também queria ligar, escrever ou mandar um e-mail, mas não pode, não é? –falei interrompendo e completando a frase dele.
—É por ai, mas se você me deixar explicar eu sei que você vai entender o problema. –ele disse passando a mão pelo cabelo.
—Mas sabe o que é mais me irrita nessa historia toda? É que para os seus pais você pode explicar tudo numa carta, só não disse para onde ia, mas não pode explicar para mim. –eu disse jogando os braços pro alto.
—Mas sabe o que é mais me irrita nessa historia toda? É que para os seus pais você pode explicar tudo numa carta, só não disse para onde ia, mas não pode explicar para mim. –eu disse jogando os braços pro alto.
—Luna, eu... –ele começou a falar mais eu o interrompi novamente.
—Não quero saber Adam... Eu... –eu olhei para um canto do estacionamento que estava vazio.
Estava difícil, muito mesmo. Sempre fui apaixonada por ele, era muito difícil falar o que eu estava falando, tratar ele do jeito que eu o estava tratando, aquilo me doia.
—Adam, eu... Olha, eu tenho que ir, quando eu estiver mais calma eu te ligo e ai agente conversa, porque agora eu não tenho cabeça para resolver nada disso. Pode ser? –eu falei um pouco mais calma.
Ele me olhou, me avaliando eu acho, mas teve um momento que eu vi a dor nos olhos dele e aquilo me doeu. E muito.
—Tudo bem, mas ver se não esquece. –ele piscou para mim, me dando um meio sorriso enquanto eu passava por ele, para poder finalmente ir para casa.
—Não vou esquecer, não sou como... Até mais Adam. –eu já ia tirar ele, mas a imagem da dor nos olhos dele ainda estava na minha cabeça me impedindo.
Eu comecei a andar, mas eu mal tinha dado cinco passos quando o garoto me grita.
—Quer carona? Eu te levo até em casa Lu, é melhor do que ir andando. –ele disse recuperando a animação.
—Hum... Não, mas obrigada. –eu gritei de volta.
—Qual é Luna? Vai deixar que a raiva por mim, faça você caminha por três quadras nesse sol quente? –ele disse.
—Caminhar faz bem a saúde. –eu rebati.
—Mas no sol quente não. Além do mais você detesta caminhar. –foi a vez dele de rebater meu argumento.
Eu parei, ele tinha razão. Eu podia estar zangada, mas não era por isso que eu ia andar a pé três quadras no sol quente, não é?
—Você venceu. –eu disse me virando na direção dele.
Adam me conhecia tão bem que ele já sabia que eu iria com ele. Ele já estava na moto e vindo na minha direção, quando parou e me ofereceu o capacete, eu sorri enquanto colocava o capacete e subia na moto. Esse era o meu Adam, o cara por quem eu era apaixonada e não esse louco que some sem avisar.
—Para onde senhora? –ele perguntou fazendo graça.
—A senhora eu não sei, mas eu vou para casa. –eu disse rindo.
—Muito bem, se segure firme. –ele disse se virando para mim.
—Olha para onde você vai ok? –falei tentando fazer graça.
2. A Revelação
Adam me deixou na frente de casa, eu estava rindo de verdade pela primeira vez depois de meses. Não me culpe, o problema era que ele me conhecia desde os seis anos, não tinha como não me sentir bem, confortável, segura e feliz perto dele, era fácil como respirar. Desci da moto já entregando o capacete.
—Não se esqueça de me ligar maluquinha. –ele disse pegando o capacete.
—Acredite não vou. –mostrei a língua pra ele.
—Besta. –ele disse rindo da minha cara.
—Dããã... Lógico que sou. –disse rindo.
Ele gritou um adeus enquanto dava partida. Quando abri a porta de casa me arrependi imediatamente, meu padrasto estava bufando como um touro enquanto andava para lá e para cá e minha mãe estava sentada no sofá com as mãos no rosto, pelo som ela estava chorando. Eles tinham brigado novamente. Eu detestava quando isso acontecia. Meu padrasto se virou para mim assim que eu passei pela porta.
—Ah! Finalmente. Ai esta ela, o motivo de tudo isso. –ele disse.
Eu pisquei pra ver se eu compreendia, ele estava falando de mim?
—Se você esta se referindo a mim Roger pode me chamar de Luna, motivo é só para desconhecidos e encrenca é para os mais íntimos. – disse bem simplesmente.
Qual é? Tava na cara que meu ódio por ele era correspondido. Fazíamos um par perfeito, tipo Tom e Jerry e Piu-Piu e frajola, nos odiar fazia parte da gente.
—Ainda vem com gracinhas. –ele disse.
Eu coloquei minhas mãos na cintura e dei um sorriso malandro. Ele me fuzilou com os olhos, como eu poderia responder uma coisa dessas? Muito óbvio: eu o fuzilei de volta.
—Luna pare com isso agora. –a voz da minha mãe foi alta e clara.
—Mas foi ele que começou. Eu só estava...
—Não perguntei quem começou, eu mandei foi parar. –ela disse.
—Nós precisamos conversar com você agora. –ela disse se acalmando.
Minha mãe parecia cansada. Ela tinha tentado fazer algo no cabelo hoje mais não tinha dado muito certo, o cabelo loiro dela estava bagunçado e para todos os lados, seus olhos estavam casados e suas roupas de qualquer jeito. Resumindo ela estava péssima, e pelo o que o otário do meu padrasto tinha dito o motivo era: Eu. Ponto pra mim.
Falando no Roger, ele tinha um sorriso assustador no rosto que arrepiou os poucos pelos que eu tinha no braço, mas eu tinha que admitir combinava com o jeito dele. Ele era alto com 1.80 m tinha cabelos castanhos e uma barba que deixava ele com uma cara de bode velho. Ele ainda estava de roupa social o que significava que ele tinha saído do trabalho só para resolver algo (eu) ou para brigar com alguém (eu). Ele me amava mesmo, perder um dia de trabalho só para brigar comigo? Mostrava que o caso era serio e que pelo que eu sabia a culpa era minha e eu nem tinha aprontado ainda. Fui ate a minha mãe e me ajoelhei na frente dela.
—O que houve mãe? –perguntei calmamente.
—Sua mãe esta triste por sua causa e eu também. Como eu não percebi isso antes? Estava tão na cara. –ele disse colocando a mão no ombro da minha mãe, ela já tinha as mãos no rosto de novo.
—Eu perguntei para ela e não para você, quando eu perguntar ai sim você pode dirigir a palavra a mim, caso o contrário: fique na SUA. –falei quase que rosnando para ele.
—Ora sua bastarda. –ele disse.
Eu me virei para ele, mas só vi algo vindo na direção da minha cara, acabei caindo de bunda no chão. Ele tinha me BATIDO! Aquele cachorro tinha me batido na cara.
— Roger o que você pensa que esta fazendo? –minha mãe se levantou em minha defesa.
Ah, mas não ia ficar assim, ele ia me pagar por essa. Levantei-me para dar um bom soco na cara dele.
—Os dois podem para com essa briga agora. Alan vem me ajudar. –minha mãe gritou, mas quem disse que eu ouvi.
Meu irmão (que eu não tinha notado e que estava no canto da sala) veio me segurar, mas consegui dar um bom soco na cara do Roger, antes da minha mãe se por no meio de nós dois e meu irmão me segurar pela cintura.
—Bastardo é você. Seu covarde. –gritei tentando me soltar.
—Pelo menos não fui eu que fui adotada, sei muito bem quem são meus pais. –ele gritou por cima do ombro da minha mãe, que tentava nos manter distantes.
Isso foi como um balde de água fria em mim. Parei no mesmo instante de tentar me soltar, mas o Alan continuou me segurando.
— O que você quer dizer com isso? –perguntei.
Ele gostou de ver que tinha me atingido, mas quem disse que eu ligava para aquele sorriso de psicopata que ele tinha na cara? Eu queria saber o porquê dele ter dito aquilo.
—Fala logo cretino. Eu sei que você gosta de me ver sofrer, então me conta logo o que você quis dizer com isso? –gritei.
—Ninguém nunca te contou mesmo não é? Você é adotada Luna. Adriana não é sua mãe.